Encontro de Almas: A Arte de Ser Dois sem Deixar de Ser Um

O universo é vasto e, ao mesmo tempo, sutil. Como uma grande dança cósmica, ele faz com que estrelas se alinhem, planetas se movam e até seres humanos, em sua complexidade infinita, se encontrem. É como se, por algum capricho do destino ou, quem sabe, da própria essência do ser, duas almas se cruzassem no exato momento em que ambas estavam prontas para esse encontro, como se o relógio da vida tivesse dado a hora certa para o nascimento de uma nova possibilidade: a união. “Se não for assim, eu nem quero.” (risos)
Mas qual é a verdadeira natureza dessa união? Quando duas pessoas se encontram, não estamos diante da visão ilusória e fantasiosa da fusão de duas metades que, juntas, formam um todo. Ao contrário, o encontro de almas é um ato profundo e complexo, no qual a intersecção ocorre sem que se percam as individualidades.
Imagine uma dança entre duas pessoas, que ao se aproximarem, não tentam se igualar, competir ou se anular. O movimento delas é como se estivessem entrelaçadas, mas, ao mesmo tempo, preservando o ritmo próprio. Como uma melodia de piano, onde cada nota, embora em sintonia com a outra, mantém sua autonomia.

Ser dois sem deixar de ser um

Aristóteles, filósofo grego, em sua vasta sabedoria, ensinou-nos que o todo é maior do que a soma das partes. Contudo, no caso de duas pessoas se unindo, podemos brincar com esse conceito. O “todo” não é um amálgama indistinto de seres, mas sim a soma das individualidades que, ao se encontrarem, criam algo mais significativo do que seriam sozinhas. E o mais curioso: o Ser não se perde nesse processo. É como um rio que se junta ao mar; sua essência continua a fluir, mas agora, imensurável, se expande ao infinito.
Lembremos, ainda, da famosa citação de Nietzsche: “É preciso ter caos dentro de si para dar à luz uma estrela dançante”, que aparece no livro de sua autoria Assim Falava Zaratustra (1883). Aqui, Nietzsche nos fala da importância de manter a autenticidade, de não se diluir no outro, mas sim de permitir que, mesmo na junção, o caos da nossa individualidade nos conduza à criação de algo novo e vibrante.
Isso nos leva a um ponto fundamental: ao se unir a outra pessoa, não se trata de encontrar alguém que complete alguma lacuna interna, mas sim de ser capaz de coexistir em uma nova realidade, onde a união fortalece, mas não extingue o trabalho sobre si mesmo, que é responsabilidade de cada um. Como as cores na paleta de um pintor: cada uma mantém sua essência, mas, juntas, podem formar uma obra de arte.

A beleza da intersecção: duas estradas que se cruzam, mas seguem caminhos próprios

Em um mundo que frequentemente promove o “ter” sobre o “ser”, a tentação de se moldar e perder a própria essência para agradar ao outro é grande. No entanto, a verdadeira magia do encontro é justamente a capacidade de cruzar estradas sem que elas se fundam completamente. Cada pessoa continua a ser o que é, mas agora, com a possibilidade de aprender, crescer e expandir de maneira única ao lado do outro.
Imagine duas árvores que crescem em direção ao céu, com raízes que se entrelaçam no solo. Elas compartilham uma conexão profunda, mas continuam a crescer de forma independente, cada uma com seu tronco, suas folhas e sua história. Elas não deixam de ser árvores, mas, juntas, tornam o bosque mais rico, mais completo, mais vivo.

O humor do encontro: a leveza de ser

O encontro de duas almas, por mais filosófico e profundo que seja, precisa ter também uma dose de humor. O bom humor é um bálsamo que nos ajuda a encarar os desafios com maior clareza, leveza e positividade.
“Você está aí, eu estou aqui, e, de alguma forma, juntos, podemos fazer algo mais interessante e melhor do que separados.”
E isso, meu amigo, minha amiga, é motivo de celebração. Não se trata de buscar a perfeição, ela nem existe, ou de tentar fundir-se no outro, mas de apreciar o simples fato de estar em boa companhia – com tudo o que isso implica: as risadas, os erros, as surpresas, o prazer, o crescimento e, claro, as divergências e desafios que tornam a jornada mais rica quando conseguimos fazer do limão, limonada.
Ivete Costa

A dança da individualidade

Duas pessoas se encontram não para se anularem, mas para se enriquecerem. Elas se entrelaçam, mas sem se perderem; são como duas linhas que se cruzam em uma bela intersecção, cada uma com seu próprio caminho, mas que, por um momento, compartilham o mesmo destino. Elas são como duas estrelas que brilham em constelações distintas, mas que, em um raro e mágico instante, podem formar uma nova constelação – algo único, mas que preserva a individualidade de cada uma.

E, no fim, o que resta é a beleza desse encontro, que, ao mesmo tempo, nos ensina a ser mais e a ser nós mesmos, com a leveza de quem dança no ritmo da vida, juntos.

Se você já se sentiu tocado por essa dança única, compartilhe suas reflexões!
Como você vive a intersecção entre manter sua essência e, ao mesmo tempo, crescer ao lado de alguém?
Junte-se à conversa nos comentários e continue explorando as maravilhas do encontro humano. Afinal, a jornada fica ainda mais rica quando compartilhada!

Grande abraço
Ivete Costa

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