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Ensinaram-nos a andar, falar, comer, a cuidar de nossa higiene, a escrever, a ler; mas não nos ensinaram a ouvir.

Ouvir com empatia, estando totalmente presentes quando o outro fala, absorvendo as palavras, ouvindo nas entrelinhas, observando os gestos, o corpo, a face, a entonação da voz, as pausas, a intenção, o olhar, o ritmo, o silêncio. Ouvir não é uma tarefa fácil. Não se criou o hábito e muitos entre nós ainda não compreenderam ou não sabem a importância de aprender a ouvir. Quanta confusão, mal-entendidos e erros de interpretações observamos todos os dias nas organizações e nos lares por falha no ouvir? Quantos pedidos anotados errados. Quantas determinações que não foram cumpridas a contento porque a pessoa “não entendeu direito”?

O que fazemos enquanto o outro fala? Olhamos acima da cabeça da pessoa, olhamos para os lados, nos dispersamos com imagens e sons. Pensamos em qual será a nossa resposta e ficamos ansiosos em falar, em “dar a nossaopinião”. Criticamos mentalmente o modo como a pessoa fala, as palavras que utiliza, os gestos que faz.

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Divagamos, “viajamos”. Ou simplesmente não ouvimos, principalmente se tivermos preconceito para com quem está falando: se for o faxineiro, o auxiliar, o ascensorista ou aquele colega que acreditamos ter menos experiência que nós em determinado tema. Podemos reconhecer que nossa dificuldade em ouvir também é reforçada pela impaciência, arrogância, competitividade, intolerância, vaidade e falta de conhecimento sobre a importância e o significado do ato de ouvir.

A comunicação assertiva envolve a expressão direta das necessidades, vontades e opiniões do sujeito, sem interferir na liberdade do outro.

Para comunicar-se assertivamente é necessário desenvolver:

– Clareza de propósitos. Saber o que quer.

 – Ouvir com empatia e atenção.

 – Dizer “não” firme e calmamente, quando necessário.

 – Estabelecer contato visual tranqüilo e acolhedor.

 – Expressar sentimentos de forma espontânea, natural e calma.

 – Ser flexível, sem abandonar seu espaço, nem invadir o espaço do outro, compartilhar.

 – Desenvolver a capacidade de síntese, a paciência e a concentração.

 – Aceitar “não” como resposta.

 E, principalmente, reconhecer que é muito bom quando nos ouvem, que nos sentimos valorizados e respeitados. Ao reconhecermos este benefício do bom ouvinte podemos também nos tornarmos um.

Abraço fraterno!

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