Conto: A Bela e a Fera

Em um reino distante, havia uma jovem gentil e muito querida. A beleza do seu rosto e dos seus gestos era tão radiante quanto a luz do sol, mas dentro dela, escondia-se uma fera: a insegurança.

Bela Maria, assim era conhecida por todos, vivia aprisionada por seus próprios medos. Acreditando não ser boa o suficiente, sentia-se inadequada e por mais que fizesse sentia-se em débito, em falta. Não conseguia perceber a sua beleza, o poder da sua presença.

Um dia, enquanto explorava um bosque encantado, inquieta e atormentada por seus medos e inseguranças, Maria tropeçou em um antigo espelho escondido entre as raízes de uma árvore milenar. Ao olhar para o reflexo, não viu sua bela imagem, mas sim uma criatura horrível, com olhos flamejantes e garras afiadas. A fera rugiu e a acusou de ser fraca, inadequada e insignificante. Assustada, Maria fugiu, mas a imagem da fera a perseguia em seus sonhos, nas suas manhãs e tardes.

Angustiada, Maria procurou ajuda de um sábio ancião que vivia no alto da montanha. O ancião, com seus olhos acolhedores e sua voz calma e assertiva, explicou a Maria que a fera que ela via era a representação de seus próprios medos e inseguranças. Para se libertar, ela precisaria enfrentar a fera dentro de si mesma.

O ancião entregou a Maria um outro espelho, dourado. E orientou que ela olhasse para o espelho todos os dias. Nesse espelho ela veria sua beleza interna, sua própria luz. Seria um símbolo de esperança com o poder de guiar Maria em sua jornada para enfrentar a fera. Maria estava decidida a encarar essa jornada. Estabeleceu um compromisso consigo mesma. E essa decisão a fortaleceu.

A jornada de Maria foi repleta de obstáculos, aventuras e desafios. Ela teve que atravessar uma floresta escura, onde seus medos se materializavam em criaturas sombrias. Teve que enfrentar um rio turbulento, que simbolizava suas emoções conflituosas. E teve que escalar uma montanha íngreme, que representava a determinação para alcançar seu objetivo de vencer a autossabotagem.
Em cada desafio, a fera tentava minar a confiança de Maria, mas a jovem se recusava a desistir. Aos poucos Maria foi compreendendo a fera. Foi reconhecendo que a fera foi uma construção, uma autodefesa, criada a partir das consequências de experiências dolorosas do passado. Com a ajuda do ancião e o apoio do espelho dourado, ela foi aprendendo a confiar em suas próprias habilidades, sua luz, a se ver no aqui e agora, conhecendo e lidando melhor com seus medos.

Ao chegar ao topo da montanha, Maria encontrou a fera face a face. A fera era ainda mais poderosa do que ela imaginava, mas Maria estava preparada. Usando toda a força que havia adquirido em sua jornada, ela encarou a fera como parte de si mesma.

Durante o confronto, o espelho dourado começou a brilhar intensamente, banhando Maria e a fera em uma luz purificadora. A fera, incapaz de resistir à força da luz, começou a se transformar. Seus olhos flamejantes se tornaram suaves e suas garras se retraíram. A fera, uma parte de Maria, agora como uma força positiva, representando sua força interior e sua capacidade de superar os desafios, confiando em si mesma.

Com a fera transformada, Maria finalmente se sentiu mais pertencente a si mesma. Ela voltou para sua vila, radiante e cheia de esperança. Compartilhou sua história com os outros, inspirando-os a enfrentar seus próprios medos e a descobrir a beleza e a luz dentro de si.
Maria irá viver outros desafios, conhecer outras feras, mas agora ela conhece e está em pose do espelho dourado…

– Qual é a sua beleza, a sua luz?
– Qual a fera que você precisa enfrentar para se sentir mais pertencente a si mesma?

Grande abraço 🥰

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