Vamos falar do Tipo 2 Amoroso e sua intuição e boa vontade!
Roberto Assagioli, fundador da Psicossíntese, consegue ser preciso, altamente didático e profundo ao descrever os tipos de personalidades. Convida-nos a voltar a atenção para as motivações internas e não apenas para os comportamentos, mas o que nos motiva a agir de determinadas formas. Chama nossa atenção para olharmos amplamente o nosso modo de estarmos presentes no mundo, nossa participação nos grupos e nossa filosofia de vida.
É uma proposta dinâmica que nos mostra como podemos superar os limites do nosso “tipo psicológico” e desenvolver as qualidades e potencialidades presentes no Self. Um convite carinhoso para autoavaliação isenta de culpas, julgamentos ou críticas, mas com boa vontade para vencer os vícios de comportamento, abandonar velhas e limitantes crenças e entrar em contato com a força interior e colocar em prática o que há de melhor em nós.
Qual a tarefa para cada tipo psicológico?
- Expressão: aceitar o tipo a que pertence; somente através do uso sábio de nossas verdadeiras qualidades poderemos libertar-nos das limitações.
- Controle: corrigir os excessos do tipo psicológico a que pertencemos.
- Harmonização: cultivar as faculdades ainda não desenvolvidas do nosso tipo psicológico.
Tipo 2 – Amoroso
Pensa de forma abrangente e possui a habilidade de ver todos os lados de uma questão, o que resulta em amplitude de visão e equanimidade.
A intuição é aguçada e demonstra compreensão amorosa. Busca a comunhão com o Self do próximo e o amor universal.
São pessoas de boa vontade, receptivas, sensíveis. Quando a sensibilidade é muito grande pode apresentar dificuldade em relacionar-se por captar os sentimentos dos outros e identificar-se com eles, ficando à mercê das flutuações emocionais externas, gerando dificuldade para separar o que é sentimento próprio e alheio.
Tem aversão à solidão, buscando companhia e contato social. Por temer a solidão pode não ser muito seletivo, iludindo-se e decepcionando-se.
Quando ficam sós tornam-se desencorajados e indolentes. Realizam-se por meio de relacionamentos. Por essa razão são facilmente influenciáveis.
São extrovertidos e conseguem captar a natureza essencial das pessoas, compreender suas necessidades, suas aspirações.
Querem conhecer, descobrir as causas dos sofrimentos dos outros para auxiliar, acolher com compaixão e respeito. Relacionar, unir, fundir, proteger, nutrir, intuir, reforçar, compreender, ensinar, educar são características básicas deste tipo. Sua irradiação é calma, exerce influência eficaz, duradoura, amorosa.
O tipo amoroso pode exibir fortes impulsos sexuais. Em muitos casos o elemento do amor é direcionado a objetivos físicos tais como dinheiro e propriedades, ou ainda, é expresso mais através da mente ou das emoções que do corpo. Por essa razão há muitas pessoas do Tipo Amoroso que são pouco desenvolvidas sexualmente.
Atenção para a acomodação, passividade, insegurança, falta de concentração e autonomia. Tem dificuldade para decidir e prefere seguir a maioria, evitando conflitos. Pode apresentar maior necessidade de amar e derramar, em abundância, seus sentimentos em outrem, sufocando-o.
No outro extremo vemos alguns desses tipos dependentes do amor alheio que entram no caminho da cobrança, chantagem, possessividade, apego.
“Quando eu digo, ou creio, que amo minha família ou amigos, quais são meus verdadeiros sentimentos, apegos e motivações? Eu os amo pelo que são, independentemente de mim, ou cobro que me amem?”
O apego e a possessividade são as causas principais do medo. O medo, por sua vez, é a maior causa do sofrimento humano. Sofremos pelo pavor da perda. Agimos, muitas vezes, com estupidez, chegando mesmo à crueldade, nascidas da tentativa desesperada de evitar o perigo real ou imaginário de perder a quem “amamos”. Se olharmos as atitudes nascidas do apego e da possessividade podemos nos perguntar: “onde está o amor?”.
A tarefa central desse tipo é atingir o desapego, eliminar do amor os elementos de avidez, possessividade. Aprender a amar com liberdade interior, permitindo, ao mesmo tempo, plena liberdade aos seres amados.
Outra grande tarefa da psicossíntese desse tipo é dedicar-se à eliminação de suas fraquezas e limitações, transformando-as com o auxílio de uma vontade forte.
São sete tipos psicológicos. Em cada um de nós há uma mescla dos sete tipos e um é o predominante. Podemos, por motivos externos, passar a agir como outro tipo psicológico por defesa, para agradar, ser aceito, reprimir ou ocultar nosso tipo “original”.
Observe seu comportamento no lar, com a família, no trabalho, socialmente e, principalmente, seu modo de pensar e tomar decisões.
No próximo artigo você conhecerá o Tipo 3 – Ativo-Prático.
Abraço fraterno!