“A vida psicológica pode ser considerada como a polarização e a tensão contínuas de diferentes tendências e funções, e também como um esforço constante, consciente ou não, para estabelecer o equilíbrio.” Roberto Assagioli, psiquiatra italiano, idealizador da psicossíntese. O autoconhecimento é um belo ensinamento de um dos mais antigos filósofos, Sócrates: “Conheça-te a ti mesmo”.

Quem sou eu? A resposta a este questionamento representa o desenvolvimento da consciência de si mesmo por meio da auto-observação, do reconhecimento, da aceitação e da harmonização dos próprios sentimentos, de sua luz e de sua sombra, do corpo. É conhecer seus pensamentos e buscar o sentido e o significado da própria existência para poder direcioná-la.

Quais são os pensamentos que governam e motivam suas ações?

É por meio do autoconhecimento que encontramos a capacidade e a possibilidade de realização dos nossos sonhos.

É a possibilidade de deixarmos de ser conduzidos por pensamentos de incapacidade, pessimismo, sentimento de menos valia, rejeição, vitimismo e de assumirmos o poder que nos foi concedido desde sempre – o poder da escolha. Atraímos tudo aquilo com o qual nos identificamos.

A verdade é que nos conhecemos muito pouco. Mas por quê? Normalmente perdemos nosso referencial e nos ligamos mais ao referencial externo. Dessa maneira, nos deixamos influenciar pelas aparências, posses, pessoas, mídia e “profetas” porque buscamos incessantemente respostas, um caminho, um rumo a seguir, um porto a chegar. Iludidos e muitas vezes manipulados. Até descobrirmos, surpresos, que as respostas sempre estiveram no mesmo lugar: dentro de nós!

E os outros? São facilitadores, espelhos com os quais aprendemos constantemente. Vemos-nos através e com o auxílio do outro, por meio das relações, do compartilhar.

Pessoas que desenvolvem o autopoder, por intermédio do melhor conhecimento e compreensão de si mesmo, podem atrair e conquistar o que desejam, assumindo a responsabilidade, as consequências e usufruindo dos bônus, pois sabem o que querem e traçam planos e metas para realizá-las. O que você realmente quer?

É preciso prestar atenção ao que ocorre dentro e fora de nós, em nosso ambiente de trabalho, em nosso lar. Quem sou eu nos vários ambientes nos quais transito? Quem sou eu com cada pessoa com quem me relaciono? Quem sou eu quando estou em oração? Quem sou eu na natureza? Quem sou eu quando estou só? Ao volante?

À medida que nos aproximamos de nós, respeitando quem somos, nossos limites, dando importância aos nossos sonhos, realizando nossos objetivos e buscando suprir nossas necessidades, vamos aprendendo a gostar mais de nós mesmos e a reconhecer que o outro também é merecedor e tem direitos, estabelecendo relacionamentos mais éticos, assertivos e de boa vontade.

Há várias formas de percorrer este caminho.

É inevitável. Surpreendente. É uma aventura!

É uma singela contribuição na busca de si mesmo, esta busca que nos torna irmãos, cúmplices e colaboradores no processo evolutivo da humanidade.

É o caminho que todos procuramos, o porto seguro, o alvo a atingir. Procuramos fora até descobrirmos que é interior. Mas precisamos uns dos outros para encontrar este caminho.

Aprendemos sobre nós quando interagimos com os outros e observamos nosso comportamento nos relacionamentos. Não aprendemos quando criticamos ou julgamos o outro, em vez de olhamos para nós.

Por que será que algumas pessoas são assertivas no trabalho e passivas no lar? O que ocorre internamente com esta pessoa quando ela está se relacionando no trabalho e em casa?

A consciência do próprio comportamento e a origem de tal comportamento são os primeiros passos para se perceber melhor.

O próximo passo é reconhecer e admitir o próprio comportamento, as consequências das atitudes e da sua forma de pensar e sentir.

É vivenciar a dor da decepção, da desconsideração em relação a si mesmo, do autoabandono. A omissão, a desistência, o medo que paralisou, a raiva e a dependência que levaram a atitudes de autodestruição.

Talvez haja arrependimento pela forma como você tem tratado os outros. Talvez haja tristeza pela maneira como você vem permitindo que te tratem.

É encarar tudo isso não como derrota, culpa ou cobrança, mas como um movimento em direção ao futuro e à transformação. É deixar para trás a bagagem do passado. É aprender para fazer diferente.

O passado não deve ser negado, mas encarado como parte do aprendizado e da experiência. Deve servir como um sinal de alerta para evitar futuras repetições.

Não é momento para reclamações, desânimo, julgamento e punição. Nada de martírio e drama. É momento de alcançar a compreensão de que a nossa vida, neste momento, é resultado do que estamos sentindo, pensando e fazendo há muito tempo.

É encarar como oportunidade de seguir em frente transformando o que for necessário para que possamos conquistar resultados melhores.

É preciso ter coragem e fé para sair da negação e assumir a responsabilidade que nos cabe pela situação em que a nossa vida se encontra.

Ao mesmo tempo, este reconhecimento nos preenche de força e de sentimento de libertação. “Se eu sou responsável, então posso mudar a direção.” Este é o nosso poder!

Ao acreditar que a vida é um sacrifício e que tudo é difícil, você só atrai sacrifícios e dificuldades. A vida é fiel aos nossos pensamentos. Mude seus pensamentos para que seja possível mudar a sua vida.

O que ocorre é que muitas vezes não conhecemos nossos pensamentos. Não sabemos quais crenças estão governando e direcionando nossa vida.

Observe suas falas: “É sempre assim, tudo é difícil para mim”; “É sempre a mesma coisa, as pessoas não me ouvem”; “Não adianta, não dará certo mesmo”; “Ele(a) não vai gostar de mim porque não sou interessante”; “Tudo é muito difícil, complicado”; “Tudo está cada dia pior”; “A vida está um caos”; “A minha vidinha está como sempre”; “Não tem jeito”; “Isso não é pra mim”

O que você merece? Antes de responder, respire profundamente. Vá além dos clichês “eu mereço o melhor” ou “eu mereço tudo de bom”. Respire profundamente mais algumas vezes, silencie a mente e deixe a resposta surgir.

Se você realmente acreditar, com convicção, que merece o melhor, terá o melhor. Se em alguma área da sua vida o melhor não estiver acontecendo, pode ser que você esteja acreditando em outra coisa ou que não tenha clareza e determinação do que realmente quer. O essencial para que a mudança ocorra é o comprometimento consigo mesmo.

A terapia é um dos caminhos que podem facilitar este processo. Buscar terapia não é um sinal de fraqueza ou incapacidade para resolver seus problemas, como muitos ainda infelizmente acreditam.

Fazer terapia significa trabalhar com alguém habilitado para ajudá-lo a esclarecer a natureza e o significado de suas ações, pensamentos e sentimentos. Significa desenvolver uma relação em que é possível falar e sentir sem medo de críticas e julgamentos. Significa estar em uma relação na qual não há necessidade de desempenhar papéis ou de ser quem não é, além de ser aceito como está.

A terapia é um processo por meio do qual aprendemos mais sobre nós mesmos a partir de reflexões, exercícios, meditação e diálogo que nos conduz ao reservatório de respostas: nosso interior, onde reside nossa sabedoria.

É resgatar a alegria do reencontro consigo mesmo.

É ficar de bem consigo e com a vida!

Abraço fraterno!

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